Adelson Pereira da Silva

 

Um jeito simples mas com atitudes grandes. Assim é conhecido o maestro Adelson Pereira da Silva. Nasceu em 19 de outubro de 1949, gravataense com orgulho, ele vem de uma família que respira música. Cresceu no meio de grandes artistas e teve como incentivo o próprio pai, famoso músico da cidade na primeira metade do século 20. Dessa convivência e o talento nato, Adelson ganhou o mundo depois que foi para o Recife e conheceu músicos importantes do Brasil. Prestes a fazer 60 anos de idade e 50 de música, o baterista da Spok Frevo já viajou por vários continentes, conhece o mundo como ninguém e se orgulha de ser um gravataense que leva a cultura de Pernambuco por onde passa.Filho do músico Manoel Pereira da Silva o “Manoel do Bombardino”, Adelson cresceu vendo seu pai como o maestro da Banda XV de Novembro. “Minha casa era a própria banda. Teve uma época que os ensaios eram lá, eu ainda nem tinha dez anos mas lembro de meu pai dando aulas de partitura”, disse. O pai tomava as lições dos alunos enquanto o ainda garoto, com sete anos, observava e arriscava alguns olhares curiosos sob as lições do pai. “Meu pai não admitia palpite, mas um dia um dos alunos errou e eu fui corrigir, acabei acertando e meu pai se surpreendeu”. Segundo Adelson, esse foi o início da carreira musical. Ingressou na banda tocando percussão e não parou mais.Aos 12 anos foi chamando para tocar bateria com o músico Ênio Barbosa. “Eu nem sabia tocar bateria ainda mas ele me chamou pra fazer parte de um conjunto” falou. O grupo se chamava Vocalistas Guaranis e contava com músicos de Gravatá e região. Foi através de Ênio que Adelson teve o primeiro contato com a bateria. Hoje o músico se orgulha de ter feito parte da história do maestro gravataense e um dos maiores bateristas do Brasil. A trajetória em Gravatá se estendeu também com “Ênio e seu Conjunto” até os 17 anos quando foi para o Recife e entrou na aeronáutica. “Com Ênio fizemos muito sucesso. Para a época era muito bom, tocamos em festivais e bailes em muitas cidades”, completou.No Recife deu início a carreira profissional de baterista. Tocou com o maestro José Menezes no festival de carnaval em 1972 e se destacou com o único baterista que tocava com partitura. “Eu ouvia dizer que tinha um ‘matuto’ de Gravatá que tocava muito mas só depois fiquei sabendo que falavam de mim”, disse Adelson. A carreira com José Menezes levou Adelson à se destacar na gravação de frevos. Durante esses anos, fez inúmeras participações e gravações do ritmo pernambucano. “Até hoje eu participei de 90% da gravação dos frevos em Pernambuco, a maioria dos CDs eu gravei”.Com a fama e o talento de uma baterista mestre em tocar frevo. Foi convidado para gravar o primeiro CD da Spok Frevo. O convite do saxofonista Spok se estendeu para a participação na banda e a permanência de Adelson como o baterista oficial. “Foi através dali que conheci o mundo, o Recife me abriu as portas”, falou. Por diversas vezes visitou a Europa, Ásia e América do Norte, com a Spok Frevo, gravou DVDs e ganhou o prêmio TIM de banda revelação.
Hoje, além da Spok Frevo, ele toca na banda Pinga Fogo, é o maestro da Banda XV de Novembro em Gravatá e regente da Banda do Sítio Limeira onde ensina música aos filhos dos agricultores da região.